sábado, 7 de março de 2020

Capítulo IV : A viagem do Beagle e a catita de Maldonado. Didelphis brachyura Waterhouse, 1839

 PLATE XXII citado na descrição de Waterhouse, mas marcado como Mammalia Pl. 32.

A quarta espécie descoberta do gênero Monodelphis foi M. dimidiata de Wagner (1847:151), ela foi coletada na famosa viagem do Beagle, e publicada por Waterhouse em 1839: 97, como Didelphis brachyura. Vejam como a falsa noção de que "o Didelphis de cauda curta" tinha ampla distribuição, induziu a equivocada identificação de Waterhouse. Só mais tarde, depois que Wagner descreveu a quinta, a sexta e a sétima espécie desse gênero, numa nota de rodapé, ele batizou a catita de Maldonado como D[idelphys]. dimidiata.
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Abaixo uma tradução da descrição de Waterhouse de 1839, a qual serviu de base para a nomeação de Wagner em 1847.

p. 97   MAMMALIA.
                                                                            4. DIDELPHIS BRACHYURA.                                                                     PLATE XXII.
                                                                                                                             
                                                                               Didelphis brachyura,  Auct.

D. vellere brevi, corporis suprà cinereo, flavo lavato; lateribus capitis, corporisque e  partibus inferioribus rufescenti-flavis, gulâ et abdomine pallidioribus; caudâ brevi.

Didelphis com pelagem curta, corpo cinza dorsal, lavado de amarelo; os lados da cabeça, corpo e partes inferiores amarelo avermelhado, garganta e abdômen, mais pálido; uma cauda curta.

DESCRIÇÃO. - Cabeça grande; dentes caninos muito grandes; orelhas bastante pequenas; cauda curta, mais da metade do comprimento do corpo; pelo curto e rígido; as costas e a superfície superior da cabeça são cor-de-cinza, agrisalhadas com branco amarelado; os lados da cabeça e do corpo, e partes inferiores amarelo ferrugem, mais pálidas na barriga do que em outras partes, e com um tom mais profundo na garupa e bochechas; o olho está rodeado de amarelo ferrugem; pés amarelados; cauda revestida com pêlos curtos e rígidos, e exibindo escamas, marrom por cima e branco amarelado sujo por baixo - um pequeno espaço nu por baixo, na ponta, com cerca de duas linhas de comprimento. Pêlo das costas acinzentado na base, os da barriga uniformes; orelhas revestidas com minúsculos pelos brancos amarelados.
                                                                             
Comprimento do nariz até a raiz da cauda.............6"
         "           do nariz as orelhas............................1" 6'"
         "           da cauda............................................2" 8'"
Comprimento do tarso (garras incluídas)................0" 8 ¾'"
         "           da orelha............................................0" 3 ¾'"

Habitat, Maldonado, La Plata, (junho)

Nunca tendo visto uma boa figura deste animal, achei desejável introduzi-lo nas pranchas deste trabalho. O Didelphis brachyura é intimamente ligado ao D. tricolor dos autores, mas naquela espécie as partes superiores do corpo são quase negras; os lados da cabeça e do corpo são de um tom vermelho ferrujem profundo, e as partes inferiores são quase brancas.
"Foi pego por alguns garotos cavando em um jardim. Seus intestinos estavam cheios de restos de insetos, principalmente formigas e outros da ordem Hemíptera." - Darwin.


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Em 1841. Waterhouse em The Natural History of  Marsupialia or Pouched Animals, fez algumas observações na descrição de Didelphys tricolor, Geoffroy. Catalogue des Mammifères. p.144, sp.7. Além de redescrever Didelphys brachyura com observações adicionais citando Temminck e Darwin :

Didelphys tricolor, Geoffroy, p.110.............................................................................................

Observações - A descrição acima foi baseada em um exemplar do Museu de Paris. Um segundo espécime no mesmo museu diferia em ser um pouco mais pálido, havendo uma mistura maior de cinza na coloração das partes superiores do corpo. Esta espécie é encontrada na Guiana e em Caiena; vive na floresta e se alimenta de insetos.
O "Microuré cinquiéme" de Azara é referido por alguns autores ao presente animal, mas sua descrição certamente concorda com o D. brachyura, cujo espécime foi trazido pelo Sr. Darwin de Maldonado, que fica próximo ao território das pesquisas de Azara.
No Museu do College of Surgeons, existe um pequeno gambá que se assemelha à espécie atual em tamanho e proporções, mas que é de cor marrom enegrecido uniforme por cima e marrom claro por baixo -mais escuro, na parte inferior da cabeça e garganta- não consigo encontrar nenhum vermelho ferrugem nas laterais do corpo, nem as partes inferiores jamais foram brancas. Está preservado em meio liquido, mas as cores são distintas. Este animal dificilmente pode ser uma variedade, seja de Didelphys tricolor ou de D. brachyura. Se outras amostras como essa forem descobertas, o nome específico Hunteri pode ser apropriado. Didelphis tricolor e D. brachyura diferem de outras espécies do gênero por terem uma cauda curta, que eu imagino ser pouco usada como órgão de preensão.

Didelphys brachyura, Autores,  p. 111.......................................................................................

Observações - Temminck dá como localidade dessa espécie, Guiana, ele também diz que é muito comum no Suriname. Ela deve ter uma ampla distribuição para que Sr. Darwin tenha adquirido um espécime em Maldonado La Plata. Darwin afirma que encontrou em seus intestinos restos de insetos, principalmente formigas, havia alguns pertencentes à ordem Hemiptera.

Essa é a visão de Waterhouse naquele momento histórico. A maioria dos autores procurava uma explicação para a existência de 2 espécies. Porém o nome Didelphis brachyura, estava associado a todas as espécies existentes. Nesse caso está ligado particulrmente as amostras de Temminck e ao exemplar de Darwin. Azara havia disseminado a ideia da ampla distribuição do "Micouré de cauda curta". A inconfundível espécie D. tricolor (D. brachyura de Pallas) era sempre um polo marcante para todo resto, e todas eram da Guiana. Aqui temos uma terceira sugerida (Hunteri), com uma pelagem escura uniforme, ou seja, o animal de cauda curta de Seba, Erxleben e Schreber.  
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Coenraad Jacob Temminck


Nasceu em 1778, Amsterdã e morreu em 1858, Lisse, Holanda do Sul. Era um aristocrata holandês, naturalista, botânico e zoólogo.Temminck foi o primeiro diretor do Museu Nacional de História Natural de Leiden, de 1820 até sua morte. Seu Manuel d'ornithologie, ou Tableau systématique des oiseaux d'Europe (1815), foi o livro de referência sobre aves européias por muitos anos. Ele herdara uma grande coleção de pássaros de seu pai, que fora tesoureiro da Companhia Holandesa das Índias Orientais. Ele também foi autor de Histoire Naturelle Générale Des Pigeons Et Des Gallinacés (1813-1817), Nouveau Recueil de Planches coloriées d'Oiseaux (1820-1839), e contribuiu para as seções de mamíferos da obra de Philipp Franz von Siebold, Japanese Fauna (1844-1850). Wikipédia



Temminck, 1827: 53, em MONOGRAPHIES DE MAMMALOGIE descreveu como Didelphis brachyura a espécie Monodelphis dimidiata de Wagner, sem dúvida alguma a primeira descrição publicada desse animal. Sendo portanto o primeiro nome da sinonimia dessa espécie, ainda que sem validade, por estar pré-ocupado por Schreber, 1778: 549. Veja a descrição abaixo:

SARIGUE - DIDELPHIS BRACHYURA.

Tamanho do Leirão (Myoxus nitela =Eliomys quercinus); Cauda, metade do comprimento do corpo e da cabeça; orelhas medíocres e redondas; Focinho curto, um pouco obtuso; Cauda peluda apenas na base, o restante coberto com pelos pequenos e muito curtos. As fêmeas não têm bolsa. Pelagem curta e macia, parte superior da cabeça, do pescoço e corpo de um cinza pardo amarelado, mais ou menos do mesmo tom que a pelagem do Rato Marrom (Surmulot) ou do Mulot (Apodemus?). Bochechas, lados do pescoço, flancos, coxas e base da cauda de um ruivo bastante brilhante ou cor de ferrugem; todas as partes inferiores são de um ruivo amarelado; os pés são esbranquiçados; a cauda é grossa na base e termina em ponta. Comprimento total 6 polegadas e 6 linhas; cauda 2 polegadas e 3 linhas.

Monodelphis dimidiata
COLICORTO PAMPEANO - San Antonio de Areco, Buenos Aires, ARGENTINA
foto de Manuco Mercante
54 MONOGRAPHIES

Sinonímia. - Didelphis brachyura. Linn. Gmel. Syst. I, p. 108, sp. 8. - Schreb. Saugth. V. 3, Tab. 151. ilustrado com base em um indivíduo descolorido pela água aguardente. - Mus silvestris americana. Seb. Mus. p. 51, tab. 31, fig. 1 (6). - Short-tailed opossum. Shaw. Gen. Zool., vol. I, p. 479. - Didelphe brachyure. Nouv. dict. d’hist. nat., vol. 9 , p. 430.

Pátria. Guiana e algumas outras partes da América do Sul; o maior número chega até nós do Suriname, onde a espécie deve ser muito comum. O Museu da Holanda possui indivíduos empalhados e o esqueleto. O do Museu de Paris foi coletado em Monte-Video pela expedição do capitão Freycinet; e está em más condições. Um segundo indivíduo em muito bom estado e perfeitamente adulto faz parte desta coleção. Ele foi enviado do Brasil por [Auguste de] Saint-Hilaire (que esteve no Rio Grande do Sul, na viagem pelo sudeste do Brasil).


Assim como Waterhouse (op.cit), Temminck também descreveu, na mesma obra, Didelphis tricolor e fez algumas observações no final dessa descrição: Nota. Esta espécie ou Didelphis brachyura de Pallas é bem caracterizada e fácil de se distinguir de Didelphis brachyura de Linné [Gmelin], não apenas pelas formas, mas também pelas cores da pelagem.....Mais adiante adverte:

"Esta espécie não deve ser confundida com a seguinte, porque a Didelphis brachyura de Pallas e a de Linnaeus [Gmelin] com o mesmo nome formam duas espécies distintas".
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Waterhouse (1846: 536) apresentou uma tabela com as distribuições das espécies de Didelphys. Eu selecionei aqui as espécies menores de cauda curta, ou seja, as espécies de Monodelphis. Notem especialmente a visão dele com relação à D. brachyura, e sua ampla distribuição.

Waterhouse propõe [Didelphys] Hunteri, porque ele não sabia como era a aparência de Didelphis brachyura de Schreber. Provavelmente também não viu o exemplar de Seba. O conceito que Waterhouse tinha de Didelphis brachyura de Schreber, era Monodelphis dimidiata, que foi difundido pela descrição de Temminck. Quanto a Didelphis brevicaudata de Erxleben, durante muito tempo foi apenas um nome perdido nos livros, até Thomas resgatá-lo em 1888. Azara se confundiu na sua identificação de Le Touan e a espalhou por toda parte. Seria necessário se fazer uma "Mini Revisão", e foi tsso que Wagner fez, uma pequena retrospectiva, numa NOTA DE RODAPÉ, ao descrever sua nova espécie Didelphys glirina.
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WAGNER, J. A., 1850. Beitrage zur Kenntniss der Säugethiere Amerikas. Abhand. Math. Physik. Classe. Konig. Bayerysch. Akad. Wiss., Munchen., 5 Abt. 1847, pp. 119-208.

p.150
11. Didelphys glirina Natterer. Die Bilch-Beutelratte.

D. Nitelae magnitudine, supra cinerascens, subtus cano-lutescens, lateribus pallide rutilo-ochraceis; capite abbreviato, auriculis mediocribus; cauda abreviada, base anguste pilosa, sua nuda, acuminado, pilis não nulo subtilissimis adpressis obsita.

Didelphys glirina.  A. WAGNER. no "Arquivo de História Natural". 1842. P. 359.

Esta espécie é intimamente relacionada à Didelphys brachyura, a qual, como outros ratos de bolsa, foi concebida sob diferentes espécies. Antes de tudo, deve-se notar que as descrições de Schreber *),

p.151
Geoffroy **), Temminck ***) e Waterhouse ****) de D. brachyura não concordam entre si, nem refletem, na nossa espécie, todo o espectro deste grupo. A última é a menos surpreendente, já que a nossa espécie, que pertence às partes mais a oeste do Brasil, é provavelmente a primeira
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Schreber
*) Die Säugthiere III. p. 548.


A cor do animal inteiro, diz Schreber, aparenta um marrom café, mais escuro nas costas, um pouco mais claro na barriga. O pelo é cor de cinza na parte inferior, e marrom avermelhado escuro na ponta, os pelos mais longos com a ponta preta. A cauda não é visivelmente escamosa, na base dorsalmente coberta com pelos longos, e progressivamente cada vez mais curtos.

Corpo 3" 2'", cauda 1" 8'".



Geoffroy

**) Catalogue des mammifères du Muséum National d'Histoire Naturelle. p. 145.

pelage marron foncé [roux foncé], blanchätre en dessous; queue très grosse à son origem et de moité moins longue que le corps, velue en dessus jusqu'aux deux tiers de longueur; este poils se perdent insensiblement dans les écailles.

Corpo 6".



                                        ***) MONOGRAPHIES DE MAMMALOGIE I p. 53.

Parties supérieures d'un  gris-fauve jaunâtre a peu près la méme teinte que le surmulot ou Mulot; côtés, cuisses et base de la queue de um roux assez vif, ou couleur de rouille; parties inférieures d'un roux jaunätre. Queue épaisse à base et terminée en pointe, poilue à sa base seulement, le reste couvert d’un petit poil très ras.  Corpo 4" 3'", cauda 2" 3'". 
Comum no Suriname; um exemplar de Monte-Video?, e outro do Brasil.

                                         ****) Marsupialia p. 111; Zoology of the Voyage of  Beagle. Mammalia p. 97. Plate. 22.

Pelo rígido; a superfície superior cor-de-cinza, com branco amarelado; os lados e as partes inferiores amarelo ferrujem; o olho está rodeado de amarelo ferrugem. Cauda revestida com pêlos curtos e rígidos e exibindo escamas. Pêlos das costas acinzentados na base, na barriga são uniformes. Corpo 6", cauda 2" 8'", orelha 3 ¾'". De Maldonado, em la Plata.



À primeira vista, temos uma grande diversidade nas informações, e elas também não se aplicam a nenhuma de nossas novas espécies. A princípio, as descrições de Schreber e Temminck se encaixam e o nome Didelphys brachyura poderia ser aplicado à elas. No entanto, D. brachyura de Waterhouse pode ser separada, e poderia receber o nome de D. dimidiata.
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152
a entrar em um museu europeu, através de Natterer *).
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Eu não concordo com as conclusões de Wagner, quando diz que as descrições de Schreber e Temminck se encaixam, e já expliquei isso logo acima. Ele também não colocou claramente que as descrições de Schreber e Geoffroy são idênticas. As descrições das caudas são diagnósticas. Isso é muito informativo, já que ele comparou. Porém ele fez uma escolha e a espécie de Waterhouse será sempre Monodelphis dimidiata. Também já detalhei no texto acima, que as descrições de Temminck e Waterhouse são praticamente idênticas. Temminck poderia ter sido o escolhido para embasar D. dimidiata, pois foi o primeiro a descreve-la.
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Em 1872, Reinhold Hensel  descreveu Didelphys sorex, a qual ele colocou no subgênero Microdelphys de Burmeister,  e  nesse mesmo trabalho ele acrescenta informações sobre Didelphys brachyura (=Monodelphis dimidiata), que também foi tratada como pertencente ao subgênero Microdelphys.

Reinhold Hensel, 1872
"Beiträge zur kenntniss der säugethiere Süd-Brasiliens".
Contribuições para o conhecimento dos mamíferos do Sul do Brasil

87) Microdelphys brachyura Schreb. (o exemplar de Hensel é Monodelphis dimidiata)

O sub-gênero Microdelphys (=Monodelphis) de Burmeister inclui espécies, que não podem ser melhor caracterizadas do que pelos colonos alemães da selva (Hensel passou algum tempo no Rio Grande do Sul, entre 1863 e 1865, coletando informações com os colonos), que eles descrevem como "musaranhos". Eles são, de fato, pelo focinho pontudo, orelhas curtas, cauda curta tão semelhante aos musaranhos, que superficialmente, é difíicil diferenciá-los dos Soricíneos. Não são raros, mas devido à sua pequenez e vida oculta, assim como todas as suas adaptações, só raramente eles são capturados. Gostam de viver perto dos córregos, onde o solo é ligeiramente úmido, e especialmente onde crescem bananas.
A cabeça e tronco de um macho velho em álcool mede 147 mm de comp e a cauda 63 milímetros, o maior crânio (um macho) tem um comprimento basal de 33,6 milímetros. O canino (medido no centro do lado externo) se projeta para fora da mandíbula 5,00 milímetros. Um segundo crânio tem 31,3 mm de comprimento basal. A largura do arco zigomático 19,0 milímetros, e a orelha 2,05 mm. 
Em todos os crânios do sub-gênero Microdelphys (Monodelphis) estão ausentes os furos redondos traseiros do palato, que são unicamente os ossos palatinos e ocorrem de outra forma em Didelphys.
Num esqueleto menor, que evidentemente pertence a uma fêmea desta espécie,  possui crânio com  fortes dentes mastigadores. Um comprimento basal de 25,3 mm. Este não tem a crista sagital  do crânio do macho, mas concorda quase totalmente com ele. No esqueleto, que pertence ao maior crânio masculino, existem 13 pares de costelas, 6 costelas soltas lombares, 2 vértebras sacrais. As vértebras l6° e l7° são dos músculos diafragmáticos.

88) Microdelphys sorex  n. sp.  (Monodelphis dimidiata)

Na cor e forma muito semelhante a M. brachyura (dimidiata). A superfície superior é marrom-escuro ou marrom-avermelhado, diminui em seu avermelhado na parte de cima, especialmente a garganta ligeiramente mais marrom canela. Este tipo é muito menor do que o anterior, apenas metade do tamanho. Um macho e uma fêmea em álcool, que já mudaram os dentes, podendo ser provavelmente, considerados como totalmente crescidos, têm a cabeça e o tronco 72 e 73 mm., a cauda 46 e 41 milímetros de comp.

p.123  Três crânios isolados de sexo desconhecido são coincidentemente cada um com 20,6 milímetros de comp. Dois deles são adultos, embora um deles já tenha perdido o d1, o p1 vem em primeiro lugar com a ponta para fora do alvéolo. O canino já desenvolvido se projeta 1,45 milímetros a partir da mandíbula superior. O aspecto é tão completo de um Musaranho, de tal forma que ilustra a maneira, também em termos de cor, como nas imagens de Jacques Pucheran, que poderiam ter sido de Sorex occidentalis e aequatorialis. Além disso, o comportamento, a maneira de correr e mordida lembra muito Sorex. Marcas pretas, como em M. tristriata, nada a assinalar.
Assim como M. brachyura (= dimidiata), na coloração M. sorex é bastante cinza,



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Thomas, 1888
19. Didelphys sorex. (=Monodelphis dimidiata)

Microdelphys sorex, Hensel Abh. Ak. Berl. 1872, p. 122.  Shrew Opossum:.

Size very small, form slender and delicate. Fur straight and crisp. General colour grey above, rufous on sides. Muzzle long, narrow and pointed, the whole head unusually slender. Rhinarium smooth and naked, its central groove and the lateral notches in its lower edge almost obsolete. Ears of medium size, laid forward (in spirit-specimens) they fall short of the posterior canthus of the eye by about 2 or 3 millim. Centre of face grizzled grey, continuous with the grey of the back; an ill-defined rufous spot above each eye, and a prominent rufous patch in front of each ear; whole of cheeks, flanks, and outersides of hips pale rufous. Chin clear yellowish rufous; chest and body similar, but the hairs slate-coloured basally. Arms and legs like belly. Tail from one half to two thirds the length of the head and body, thinly hairy, brown above, pale rufous below, its basal third of an inch furry like the body.
Skull very light and delicate. Muzzle long and narrow, not flattened posteriorly. Interorbital region narrow, its edges smoothly rounded, but a minute inflation present on each side in the usual position of the postorbital processes, the result being that the intertemporal is greater than the interorbital width. Zygomata thin and weak, little expanded, the greatest zygomatic breadth scarcely more than half the basal length of the skull. Teeth. Upper canines short. P.1 and p.4 about equal in size. Combined lengths of the three anterior molars 4.5 to 5 millim. Lower p.4 distinctly smaller than p.3 Length of lower molar series about 6 millim.   

Dimensions.                                                (mm)
macho * (in spirit)     —   Head and body 72; Tail 46    - * From Hensel, loc. cit.
fêmea a (in spirit) Adult.  Head and body 67; Tail 45; Lower leg 16; Hind foot 12; Muzzle to eye 9; Ear 5.2;
Skull see p. 367.

Hab. Rio Grande do Sul. Type in the Berlin Museum.

p.363
a,b. Ad. al.    Skull of a. fêmea  - Taquara, Rio Grande do Sul.                      (Dr. H. von Ihering) Col.
c.    Ad. skin. Skull                     - San Lorenzo do Sul, Rio Grande do Sul.    (Dr. H. von Ihering) Col.
d.    Imm.      Skull.                    - San Lorenzo do Sul, Rio Grande do Sul.    (Dr. H. von Ihering) Col.

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Thomas,1924
LXXlV.  A new Short-tailed Opossum from Argentina. By OLDFIELD THOMAS.

Among some small mammals presented to the National Museum by Mr. Frank Foster, of the Buenos Ayres Western: Railway, there is an example of a Monodelphis from Caleufú, on that railway, rather more than halfway across towards the Andes. This is an extension of the known range of the: genus, which had not hitherto been recorded from west or south of a line drawn from Peru to Montevideo, nor from anywhere in Argentina.
Monodelphis fosteri, sp. n.

Most nearly allied to the S. Uruguay M. dimidiata, but of a very much paler grey colour above, near “deep mouse-grey", the sides scarcely more bully than the back, the belly only faintly tinged with buffy, as is also the case with the cheeks, instead of these parts being in each case strong prominent buffy. Tail bicolor, black above, whitish below. Skull and teeth as in dimidiata

Dimensions of the type (from a remade skin) : Head and body 90 mm. ; tail 40.
Skull : condylo-basal length 24.5 - zygomatic breadth 11.5; nasals 10 x 3.2; interorbital breadth 4.5; maxillary tooth- row 10.5 ; molars 1-3  5.

Hab. Caleufú, a station on the Western Railway about 64° 30’ W. and 35° 35' S.

Type. Immature female. B.M. no. 24. 4. 5. 1. Collected by a railway employé, 10th April, 1923, and presented by Frank Foster, Esq.

This specimen is just about the same age as a number of M. dimidiata which I collected in 1896 near Montevideo, and is conspicuously different in colour from any of them. I have named the species in honour of Mr. Foster, to whom we owe the donation of a number of small mammals collected by various employés of the, Western Railway Company.




Literatura citada

Erxleben, Johann Christian Polycarp. 1777. Systema regni animalis per classes, ordines, genera, species, varietates cum synonymia et historia animalium. Classis I, Mammalia. Lipsiae: Impensis Weygandianis, xlviii+636 pp.+64.

Geoffroy St.-Hilaire, E. 1803. Catalogue des mammifères du Muséum National d’Histoire Naturelle. Paris, 272 pp.

Pallas, P. S. 1784. Didelphis brachyvra, descripta. - Acta Academiae Scientiarum Imperialis Petropolitanae1780 (2): 235-247, Tab. V.

Schreber, J. C. D. von. 1777. Die Säugthiere in Abbildungen nach der Natur mit Beschreibungen. Erlangen: Wolfgang Walther, 3:377–440, pls. 1776–78.

Seba, A. 1734. Locupletissimi rerum naturalium thesauri accurata descriptio, et iconibus artificiosissimis expressio, per universam physices historiam. Opus, cui, in hoc rerum genere, nullum par exstitit. Ex toto terrarum orbe collegit, digessit, descripsit, et depingendum curavit. Amstelaedami: Apud J. Wetstenium,&Gul. Smith,& Janssonio-Waesbergios, 1:1–178+38, 111 pls.

Temminck, C. T., 1827. Monographies de Mammalogie ou description quelques genres de mammifères, dont les espèces ont observées dans les differents musées de l’europe. Paris.v.1,p.52.

Thomas, O. 1924. A new short-tailed opossum from Argentina. Ann. Mag. Nat. Hist., 9(78): 586.

Thomas, O. 1888b. Catalogue of the Marsupialia and Monotremata in the collection of the British Museum. (Natural History). London, Taylor and Francis. i-xiii,401p.

Wagner, J.A., 1842. Diagnosen neuer Arten brasilischer Säugethiere. Archiv Naturgeschichte. 8 (1):356-362.

Wagner, J. A., 1850. Beitrage zur Kenntniss der Säugethiere Amerikas. Abhand. Math. Physik. Classe. Konig. Bayerysch. Akad. Wiss., Munchen., 5 Abt. 1847, pp. 119-208.

Waterhouse, G. R. 1838. Mammalia. In The zoology of the voyage of the H.M.S. Beagle under the command of Captain Fitzroy, R. N., during the years 1832–1836, ed. C. Darwin, Fascicles 2, 4, and 5 (pages i–vi+1–48, pls. 1–24, 33). London: Smith, Elder and Co, 2:xii+97 pp., 35 pls, 1838–1839. [See Sherborn 1897b for dates of publication of parts.]

Waterhouse, G. R. 1841. Marsupialia or pouched animals. InThe Naturalist’s Library, ed. W. Jardine. Mammalia. Edinburgh: W. H. Lizars, 11:frontispiece, i–xvi, 17–323 pp.+35 pls.

Waterhouse, G. R. 1846.  A natural history of the Mammalia. London: Hippolyte Bailliere, Publisher, 1:2 (unnumbered)+1–553, 22 pls.

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