quarta-feira, 22 de abril de 2015

ARCHONTA, uma evolução em direção à luz, uma tricotomia verdadeira.

Os Marsupialia e os Terrestria eram ao que tudo indica primitivamente noturnos. Os Archonta no entanto desenvolveram características relacionadas à visão, olhos e cérebro, que os capacitaram para uma vida diurna. Os pangolins são animais primitivamente noturnos. Eles se articulam com o polo Zalambdodonta dos Terrestria. Todos são animais de olhos pequenos e no caso dos Zalambdodonta, possuem primitivamente uma grande probóscis com muitas vibrissas. Nos Archonta observamos uma redução das vibrissas e do próprio focinho, compensados por um incremento da visão. Sem dúvida uma evolução em direção à LUZ !
Os Primates representam o ponto culminante dessa evolução, que inclui novidades nos olhos e no cérebro ! Dentre os grupos incluídos nos Archonta, os Dermoptera e os Chiroptera seguramente formam um grupo monofilético já reconhecido e denominado como Volitantia. Porém as relações existentes entre os Primates e os Volitantia, ou entre estes e os Scandentia, indicam uma "tricotomia legítima". Pois existem caracteres derivados compartilhados, que justificam uma derivação comum entre Primates e Volitantia, principalmente referentes à visão e regiões cerebrais relacionadas. Também a glande do pênis formada por uma extensão do "corpus spongiosum" é uma sinapomorfia que reune Primatas, Dermoptera e Chiroptera [esse caráter é universalmente exclusivo deles]. Por outro lado, também existem caracteres derivados que são exclusivos dos Volitantia e dos Scandentia, como costelas achatadas, uma característica também encontrada em Ptilocercus. Essa relação com Ptilocercus não para por aí, a escápula é flutuante e alta, as vértebras cervicais largas, "a mão também é muito semelhante em dois aspectos", o carpo é rotativo e as proporções metacarpo/falanges muito semelhantes. Considero essa situação como uma distribuição em mosaico que se explica melhor por uma verdadeira tricotomia. Que não deve ser "resolvida"...mas apenas compreendida. Nesse conjunto certamente os Scandentia representam um grupo mais conservador, mas isso não justifica a união dos demais. Pois os Primates formam um agrupamento bem diversificado com muitas derivações próprias, assim como os Chiroptera. Vale a pena lembrar que os Microchiroptera passaram por uma evolução pedomórfica, perdendo muitas das características que são comuns entre os Pteropodidae. Isso levou muitos pesquisadores a questionar a união desses dois grupos, mas isso é um grave erro metodológico, fruto de análises gradistas com pretensões cladísticas, que infestam a zoologia. Nas últimas décadas a cladística foi totalmente deturpada pela FENÉTICA, nos levando a esse caos que está aí ! 

Tarsius um mamífero de olhos excepcionalmente grandes, se comparados ao tamanho do crânio.
Devemos ter em mente, que essa característica representa o extremo de uma tendência,
que é observada em diversos prossímios, principalmente nos de menor tamanho.
Dois elementos basais dos Archonta (Dermoptera e Scandentia), olhos grandes e vibrissas reduzidas.
Dermoptera, à esquerda, é considerado noturno. Scandentia, Tupaia é diurno e terrestre.
Veja neste LINK a polarização geral dos caracteres dos mamíferos


"A EVOLUÇÃO DO ASTRÁGALO nos ARCHONTA"
Dryomomys, Purgatorius e Plesiadapis formam um grupo mais conservador (PLESIADAPIDAE) na base dos Archonta. Existe uma complexa relação entre Archonta e Ferungulata. Provavelmente uma trichotomia verdadeira, com 3 núcleos iniciais que foram se definindo. Desses núcleos iniciais certamente os CARNIVORA são os mais conservadores. Apesar de existir uma continuidade muito clara, e há muito tempo reconhecida (FERUNGULATA), entre os Carnivora e os ungulados, desse meio sairam também os ARCHONTA. Provavelmente estão ligados através de Protungulatum.



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