A espécie Monodelphis iheringi representa uma continuidade geográfica de M. americana. As medidas tomadas por mim nos exemplares dessas duas espécies variam gradativamente do estado da Bahia até o Rio Grande do Sul. Exatamente como uma variação regional. O que me fez considerá-las como duas espécies separadas, foram as várias sintopias registradas nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná, que provaram suas identidades como espécies válidas. Além de algumas características que demonstraram ser diagnósticas. Veja nas figuras abaixo.
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As figuras acima mostram as características principais (diagnósticas) que diferenciam as duas espécies.
Crânios em vista lateral (em cima) e detalhes das bulas auditivas (em baixo). |
Monodelphis iheringi é litorânea chegando até a borda do planalto. Ainda não ficou demonstrado satisfatoriamente, se no sul de sua distribuição (no Rio Grande do Sul), a espécie ocorre também no planalto, ou se ocorre de fato na Argentina.
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M. americana |
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M. iheringi |
O registro feito em Missiones, Argentina, provavelmente trata-se da espécie
M. scalops (uma confusão com os exemplares mais jovens que apresentam listas dorsais). Vejam esses exemplares da figura abaixo (imaturos de
Monodelphis scalops). Fotos tomadas em
Puerto Iguazú, Misiones, Argentina - (c) Marcelo Cavicchia.
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Monodelphis scalops |
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Puerto Iguazú, Misiones, Argentina - (c) Marcelo Cavicchia |
Sem dúvida M. iheringi se separou de M. americana no sul do Brasil. Possui mais afinidades (sinapomorfias) compartilhadas com as populações de M. americana do sul de Minas Gerais e São Paulo. Não é proximamente ligada a M. unistriata como foi sugerido recentemente. Mais uma intervenção prejudicial e irresponsável gerada pelo uso indiscriminado da "Sistemática Molecular". O que demonstra a falta de conhecimento sobre evolução, que existe entre os pesquisadores de Marsupiais. Infelizmente uns copiam os outros timidamente.
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