domingo, 27 de setembro de 2015

O LIMITE CENTRAL do "CORREDOR AMAZÔNIA-MATA ATLÂNTICA" e sub-regiões biogeográficas circundantes

LIMITE CENTRAL do CORREDOR: AMAZÔNIA-MATA ATLÂNTICA, parece influenciar na cor da pelagem da espécie Monodelphis kunsi, que se distribui dos Andes da Bolívia até a Serra do Mar em São Paulo, Brasil. Pois os exemplares de M. kunsi coletados ou fotografados a leste desse LIMITE CENTRAL possuem pelagem comparativamente mais clara, que no lado oeste.
Monodelphis adusta, Acre, Brasil - Foto: Paulo Sérgio Bernarde

Monodelphis kunsi - Flor de Oro, Bolívia
coloração mais escura, muito semelhante a de M. adusta da mesma região.
O que indica que M. kunsi se diferenciou no oeste, próximo aos Andes
e depois se dispersou para o leste até São Paulo, Brasil.


Os resultados da "Sistemática Molecular" estão errados (erros de interpretação). 
As espécies M. macae e M. osgoodi representam uma disjunção anterior ao aparecimento de M. kunsiSão resultantes de duas populações que se isolaram nas áreas mais úmidas, nos extremos do corredor Amazônia-Mata Atlântica.

As espécies Monodelphis macae e Monodelphis osgoodi compartilham caracteres derivados indiscutíveis (sinapomorfias seguras). Possuem uma pelagem lanosa, provavelmente uma adaptação a uma vida fossorial mais avançada, seria uma proteção contra o resfriamento do corpo, devido à umidade do ambiente no qual habitam. As orelhas e os olhos são bem reduzidos (principalmente em M. macae). Em contraposição os focinhos dessas duas espécies são mais longos (particularmente em M. macae), sem dúvida derivados (sinapomorfias). Essas duas espécies não apresentam as linhas claras ventrais (longitudinais), que geralmente estão presentes nas outras espécies do grupo M. adusta. Por serem as espécies mais modificadas desse grupo, em última instância, podemos considerar uma perda e portanto uma sinapomorfia. Quanto às afinidades dessas duas espécies com relação as demais, fica claro que M. osgoodi é menos modificada que M. macae e derivada das populações vizinhas de M. adusta. Desde sua criação essa espécie vem sendo comparada com M. adusta, foi criada como Monodelphis peruvianus osgoodi por Doutt em 1938, e mais tarde tratada como M. adusta osgoodi por Cabrera, 1958. 
Nesta figura podemos perceber que Monodelphis osgoodi e M. macae compartilham caracteres derivados, como crânios mais alongados e órbitas reduzidas, com o exemplar de M. adusta de Pautarcambo, Peru.
Por ser uma miniatura de M. adusta e a última espécie gerada dentro desse grupo, M. kunsi não possui nenhuma sinapomorfia especialmente compartilhada com M. adusta ou com qualquer outra espécie do grupo (a não ser as sinapomorfias basais É CLARO). Podemos considerá-la como uma miniatura de M. adusta, apenas com base nas semelhanças indiscutíveis e nas suas características pedomórficas. Outra evidência nesse sentido é a distribuição de M. kunsi. Sua distribuição intercepta a de M. adusta exatamente na faixa mais árida, situada entre as regiões florestadas, ao longo do corredor Amazônia-Mata Atlântica. Monodelphis kunsi pode apresentar um engrossamento sutil na cauda. Possivelmente uma adaptação a um ambiente mais árido, talvez uma reserva de gordura como acontece em Thylamys, Lestodelphis e em diversos marsupiais australianos que vivem em regiões mais áridas. Essa característica, não observada em M. adusta, corrobora a ideia de uma pedomorfose gerada pelo empobrecimento das regiões situadas entre as áreas de floresta. O mesmo raciocínio pode ser aplicado com relação a dicotomia M. adusta-M. reigi, não existe uma sinapomorfia que justifique essa quebra, essa dicotomia, a não ser a posição geográfica e as semelhanças. Sem dúvida existe um "nível evolutivo", ou seja, os desdobramentos geográficos resultantes da dispersão da espécie Monodelphis adusta. Vejam portanto, que os métodos rígidos e "sagrados" podem ser prejudiciais quando estamos tentando entender a natureza. Nada substitui o raciocínio ! 
MINIATURIZATION ?

Aqui temos uma sinapomorfia compartilhada por essas espécies, ainda que parcialmente, pois possui uma distribuição restrita ao Brasil central. 
Mas é pertinente numa análise desse tipo.
Vejam esse exemplar de Monodelphis adusta,
Res. Extr. Chico Mendes e Estação Eco. do Rio Acre, Alto Rio Acre, Brasil.
FOTO : M. A. Freitas

Vejam esse exemplar de Monodelphis kunsi de Goías, BRASIL, possui uma cabeça amarelada.

"METODOLOGIAS PODEM SE TORNAR VERDADEIROS EMPECILHOS PARA A CIÊNCIA, 
QUANDO COLOCADAS ACIMA DO RACIOCÍNIO" ARCANO NELSON


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