quarta-feira, 15 de abril de 2015

Cladograma detalhado das espécies de Monodelphis.

Com esse cladograma abaixo, as pessoas capacitadas deverão construir uma tabela de sequências. Seja de DNA mitocondrial ou nuclear. Depois teremos que comparar de diversas maneiras. Faremos testes de evolução pedomórfica em Monodelphis macae, M. iheringi e M. kunsi, que são as espécies menores. Vamos comparar M. iheringi com as populações de M. americana de São Paulo. Igualmente teremos que comparar M. kunsi com as populações de M. adusta de Mato Grosso. Uma comparação entre as populações de M. domestica do Brasil central com M. glirina, nos dará uma ideia aproximada do modelo mais plesiomórfico, pois M. glirina mudou muito pouco a partir da forma ancestral de M. domestica. Essa é minha proposta inicial. Depois orientarei no resto. Tenho muitas ideias. Teremos muito trabalho pela frente. A população inicial que originou todo o gênero saiu do Brasil central sem dúvida. Dessa população se originaram dois ramos evolutivos independentes, provavelmente um de cada lado do Rio Madeira. Na margem esquerda surge o ramo que deu origem ao grupo M. adusta. e na direita se originou o ancestral das demais espécies (exceto o grupo M. domestica), a partir de populações que foram estranguladas em "ilhas de Cerrado", tornando-se espécies de mata. As populações originais se mantiveram até hoje nas áreas de Cerrado se expandindo para a Caatinga num evento posterior (a evolução do grupo M. domestica).

Essa figura mostra os dois rumos independentes que se destacaram das populações originais ancestrais.

CLADOGRAMA do gênero Monodelphis
CLADOGRAMA PRELIMINAR  - COM DADOS PARCIAIS
DEPOIS VIRÃO MAIS DETALHES para cada GRUPO especificamente.
Como vocês podem ver, eu apresento (como sempre) novas visões. Esse cladograma inicial geral orientará os pesquisadores que desejam trabalhar com as sequências, partindo do meu modelo. Eu trabalhei durante 30 anos nesta revisão, não é um trabalhinho inconsequente para cumprir programa. Na base do cladograma existe uma "tricotomia verdadeira", eu demorei muito até concluir isso ! O preconceito sempre caminha na frente, é inevitável. O cladograma procura, na medida do possível, uma abordagem biogeográfica. Notem a dispersão para o norte e para o sul.
Em azul estão as formas pedomórficas. Não é possível representar todos os eventos de especiação simultaneamente. Os 3 grupos da direita (que trato como os grupos de leste) representam a dispersão das populações amazônicas para a Mata Atlântica. Vejam a zona de stress que existe no Brasil Central como a fragmentação bem conhecida "Amazônia-Mata Atlântica". As populações centrais são as primeiras a se fragmentar. Mas antes da fragmentação já entraram num processo de diferenciação como vemos hoje para o grupo M. americana. Tudo indica, que existiu uma população contínua que compartilhou um mosaico de caracteres, que pode ser detalhadamente comprovado (inclusive já o fiz). A segunda quebra deixou suas marcas visíveis, nas fragmentações  que existem na região de Cabo Frio, vegetação e fauna comprovam isso claramente.

Observação : pelo fato de existir um mosaico de caracteres nos "Grupos do Leste", poderíamos representá-los numa tricotomia. Mas os cladogramas são realmente esboços limitados, por mais detalhados ou elaborados que sejam. Optei em realçar a dicotomia (opcional) dos grupos "M. emiliae-M. americana", pois ali existem realmente novidades evolutivas importantes, como um novo padrão de pelagem e bulas auditivas fechadas e bem desenvolvidas, como em nenhum outro grupo. Esses caracteres são novidades evolutivas e não apenas derivações pedomórficas, que aparecem mais facilmente (como aquelas compartilhadas pelos grupos "M. americana-M. dimidiata" dentro desse mosaico geral do leste). Isso é inédito, uma análise muito especial, que veio com a minha insistência nesses 30 anos de pesquisa com o grupo. É muito sólida e testada ! 

Continuarei comentando, pois existem muitos pontos importantes ainda por esclarecer ! Calma.
Falarei mais sobre as espécies que "se originam de populações de outras espécies" !   FLICKR

Tratando então de falar sobre as espécies que se originam de uma determinada população de outra espécie, e de Monodelphis sorex, como uma possível fêmea de M. dimidiata (mas não sinônimo de  M. brevicaudis (=M. henseli). Ver este link no FLICKR



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