segunda-feira, 30 de março de 2015

Especiação - o que sabemos sobre esse processo ? Ou são processos ?

Dois tipos básicos de especiação têm sido postulados. Alopátrica e simpátrica.
Para se entender alguma coisa, ou qualquer coisa que seja, nós humanos fazemos esquemas.
Gráficos, desenhos, traçamos, escrevemos, gravamos de alguma forma, que seja recorrente.
Retomamos e fazemos ensaios e testes. Por isso, vou propor uma reflexão, sobre especiação !
O esquema geral (o desenho) que se usa para representar uma especiação é basicamente uma área
se dividindo em duas áreas. Veja o desenho abaixo:


Essa é uma maneira rápida e fácil, para se introduzir uma ideia. Mas as possibilidades reais de entendê-la até as últimas consequências, nós nunca sabemos. Simplesmente vamos em frente, trabalhando sempre.
Talvez a maneira mais indicada de pensarmos numa espécie, seja pensar na nossa espécie, na espécie humana. Nas raças geográficas, nas variações individuais, nas formas raras e estranhas aos nossos olhos.

Agora, voltando ao desenho, depois de pensarmos nas variações que existem na nossa espécie. Poderemos até imaginar, que uma especiação, não é nada parecido a um desenho como esse. Isso é apenas uma ideia de separação de área. Existem agentes numa especiação. Nos exemplos de separação alopátrica, recorremos a uma barreira, que funcionaria como agente de separação. Uma forma de isolamento. Sem dúvida as primeiras explicações e ideias referentes ao processo biológico da especiação, se apoiaram nesse exemplo. Sendo a especiação simpátrica, uma ideia posterior e controvertida. Justamente, por apresentar um aparente conflito lógico. Bem, eu passei uma boa parte da minha vida pensando nesse assunto. Discutindo e analisando as mais variadas ideias existentes, e formulando as minhas. Pois sou um pesquisador sério e ousado, e não uma "maria-vai-com-as-outras".

Por isso mesmo tenho minhas ideias e propostas nesse sentido. Penso que uma especiação, uma quebra biológica numa população, um isolamento reprodutivo, não é como cortar um pedaço de pão. Mas um processo muito longo, cujas consequências, ninguém neste mundo pode sequer avaliar. Podemos simplesmente, interpretar casos específicos, com base em resultados reais e não em invenções. Por isso eu me utilizei das observações, que realizei nos exemplares que examinei em minha Revisão do gênero Monodelphis

Existem diferentes possibilidades de análise, quando se estuda especiação dentro de um gênero com tantas espécies como Monodelphis. Espécies diferentes podem se comportar de maneiras muito diferentes. Por exemplo, a distribuição geográfica de Monodelphis americana apresenta certas características, que não são vistas em M. domestica. Nomes diferentes foram propostos para a espécie Monodelphis americana, com base nessas características, isso é muito interessante. Eu identifiquei certos padrões nessa espécie e reconstruí sua história evolutiva com base nesses padrões. Essa espécie apresenta um grau de variação maior no Brasil central. As 3 listas dorsais, que são conspícuas nos exemplares de mata úmida, se apresentam quase imperceptíveis em regiões mais secas. Isso gerou nomes como M. umbristriata e M. rubida. Acima de tudo, esse padrão de distribuição é um exemplo visível de um processo de especiação. Eu mostrei casos paralelos a esses padrões para Callithrix. Veja isso no Flickr.

Quando realizei meu estudo biogeográfico sobre o gênero Monodelphis, o meu ponto de partida foi justamente a espécie M. americana. Eu nem imaginava que iria chegar onde cheguei, tudo foi acontecendo naturalmente. Comecei realizando medidas cranianas e comparando os padrões de pelagem nos exemplares que examinei durante a revisão. Os resultados estão aqui nos BLOGs e no FLICKR, que são meus veículos de comunicação com o público interessado. Veja neste LINK uma prancha que mostra crânios e peles.

AQUI NESTE: LINK---Uma nova abordagem especial sobre especiação. LINK.

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